Locomotiva RS-3 (Canadense) da RFFSA/Central |
Na década de 40 houve uma grande procura por miniaturas de trens, naturalmente eram importadas, motivada por diferentes fatores. Um dos principais motivos dessas importações foi o final da II Guerra Mundial e o plano Marshall instituído na Europa e nos Estados Unidos. Alguns países tinham saldo em dólares, como foi o caso do Brasil, então a política era importar para gastar esse saldo.
A escolha pelas miniaturas de trens nas importações deve ter sido motivada pela oportunidade de possuir em miniatura os modelos de locomotivas existentes em vários países, inclusive aqui no Brasil.
locomotiva FA-1 RFFSA/Central |
Ainda hoje o Ferreomodelismo é confundido com "brinquedo", em função de sua proximidade e semelhança com brinquedos de locomotivas movidas à pilha que povoaram as nossas mentes e foram nosso desejo durante a infância, como é o caso do trem FERRORAMA da Estrela.
FERRORAMA da Estrela |
Outros trens também podem ser citados, como o Trem Metalma e o Trem de Lata também da Estrela. Esses trens eram feitos em lata moldada em em uma ou outra parte, sendo que a pintura feita na lata ainda antes de passar pelas formas de molde que determinavam os detalhes como janelas, encanamentos, etc...
O Ferreomodelismo no Brasil, mais especificamente em São Paulo, recebeu importante contribuição de pessoas como Serio Bandini que percebeu que poderia importar muito mais do que já fazia se optasse por miniaturas usadas ou com defeito, fazendo os reparos e pinturas para deixá-los novamente em boas condições. Dessa forma iniciou um trabalho de manutenção e pintura para outros colecionadores, entre eles Eduardo Matarazzo, na época foi tido como o proprietário de uma das maiores mini ferrovias do mundo. Segundo Bandini se tivesse dado continuidade a esse trabalho teria uma loja especializada semelhante a de Alfredo Lupatelli, uma das mais antigas lojas de Ferreomodelismo em São Paulo.
Caixa básica de trem elétrico ATMA |
Entre os fabricantes podemos destacar a ATMA que por muito tempo fabricou locomotivas, vagões, trilhos, e suas caixas eram alguns dos "brinquedos" mais desejados no natal. Somente depois de alguns anos as publicações importadas e também o lançamento de publicações nacionais, é que teve início o desenvolvimento do Ferreomodelismo como hobby propriamente dito, que até então era visto por muitos como um brinquedo "caro" e que se quebrava facilmente na mão das crianças.
A medida que novos produtos chegavam ao mercado exterior e as importações aqui no Brasil eram mais dificultadas em função da política econômica, inflação, dólar alto, etc... o Ferreomodelismo tornou-se em parte um hobby para pessoas de classes mais abastadas, quase que elitizado e correndo o risco de não evoluir. Entretanto a entrada de novos fabricantes no mercado possibilitou a divulação do hobby para uma fatia maior da população, com preços mais acessíveis e produtos com qualidade.
Locomotiva a vapor 4-6-2 da EFCB (Central do Brasil) |